USO DAS TECNOLOGIAS – QUAL É O REAL BENEFÍCIO PARA AS CRIANÇAS?

Brincar como antigamente, de amarelinha, de pega-pega, de pular corda, entre outros jogos e brincadeiras tão estimulantes para a geração passada, não são praticados neste nosso tempo. E porque não existem mais e qual a diferença para hoje na distração das crianças? E até que ponto elas são melhor beneficiadas que as crianças de um tempo não tão distante?

Este é um assunto que vamos abordar neste artigo e nos seguintes, pois é extenso e de grande importância para as novas gerações.

Antes de chegar no objetivo que é a criança, vamos abordar o comportamento dos pais e educadores dos nossos menores que são totalmente incapazes perante a lei.

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) classifica os menores totalmente incapazes, as crianças até 12 anos incompletos, e adolescentes com 12 anos completos até seus 18 anos, as quais não respondem por seus atos, sendo os responsáveis seus pais perante a lei.

Comparando os pais de hoje, com os de duas gerações anteriores, não temos muitas diferenças, se focarmos no quesito atividades. Todos os pais trabalhavam também naquela época, e muito. Os filhos eram gerados para ajudar de alguma forma na lavoura, pois era o modo de subsistência e dependia da colaboração de todos.

Na geração seguinte, o número de filhos diminui drasticamente, porque já foram os pais trabalhar nas fábricas, e a migração do campo para as cidades foi crescente, a ponto de que a agricultura que hoje se apresenta tão desenvolvida, quase não depende de humanos, pois está totalmente equipada para que possa assim dar conta da grande massa populacional a ser alimentada. Já os trabalhadores das cidades, com menos filhos, se imaginam sofrer mais que os seus ancestrais para cuidar de sua família, pois o custo de vida está alto, e nossas ambições também.

Chegando nos dias atuais, a ilusão plantada na cabeça dos seres humanos, é que o consumo deve ser abastado, e tudo podemos ter, custe o que custar, e aí chegamos na educação e forma de tratamento com nossos filhos menores, mostrando a eles que precisamos trabalhar mais, para comprar mais, e essa educação se estende para a financeira e econômica, gerando famílias endividadas e estressadas com tantas contas para pagar,  e fora disto, a educação dos pais para com os filhos, inexiste, uma vez que ele precisa trabalhar de novo para comprar o modelo novo de certo equipamento que imagina que sua casa ou que seu filho precise.


A realidade não é das melhores, pois se pararmos para pensar, trabalhamos demasiadamente para obter coisas que se estragam com o tempo, ou que uma nova versão vai nos custar mais trabalho e mais esforço de todos da família. Todos sim, porque enquanto focamos em adquirir mais, a educação de nossos filhos fica mais uma vez por conta das mídias sociais ou da televisão, que são aliados na distração disfuncional destes pequenos indefesos.

Essa direção que estamos alinhados para gerar mais consumo e fazer das grandes empresas maiores ainda, é efeito de toda uma mídia social que deixamos entrar em nossas residências e nas mentes de nossos filhos também, que acreditam que nós podemos comprar tudo, uma vez que trabalhamos para isso.

Priorizando o assunto consumo, se pararmos para pensar onde realmente está nos levando, vamos encontrar um dos motivos da fadiga e ansiedade que todos passamos neste momento em que o mundo se encontra em transformação. Estamos todos esgotados das diversas distrações que as mídias sociais nos dão, e esquecemos completamente de cuidar de nossas mentes e das mentes de nossos filhos, os quais serão os responsáveis pelo futuro do planeta.

Já paramos para pensar que esses pequenos que temos em casa, se não se destacarem em suas profissões, se não tiverem uma conduta ética e responsável com suas próprias vidas e as de suas famílias, poderão colocar a perder toda uma geração futura? Conversamos sobre o futuro com nossos filhos?

Essa é uma questão importante. E voltando às brincadeiras saudáveis de antigamente, podemos entender a diferença entre o antes e o agora, o contato social anterior e o contato virtual dos nossos dias. Quem aprendeu melhor a conviver com suas emoções e frustrações? Como era preenchida a mente da criança anterior com a criança do presente? Isso é de uma importante ímpar.

Precisamos sair para trabalhar, isso é fato. Mas, como ficam nossos filhos e com quem? Quais as instruções que damos para que, quando chegarmos em casa, possamos dar continuidade a uma formação íntegra e social adequada?

São muitas questões que devemos nos fazer, e não só a nós, mas também ao sistema que estamos inseridos, e que deixamos nossos filhos serem influenciados.

Nos artigos subsequentes, vamos abordar o que diz a ciência em relação as inteligências artificiais (IA) e como estamos deixando que essa ferramenta não seja bem usada por nós e nossos filhos, e como não está colaborando para uma condição de verdadeiros pensadores e diretores da própria história, pois com sua influência degenerada de respostas prontas, as crianças não sentem a necessidade de pensar e gravar nada, pois tudo está num nível de facilidade absurda, que também não lhes é exigido nada a respeito.

É fato que a inteligência artificial veio para ajudar também, mas existe um lado obscuro que ainda não vemos, pois estamos todos envolvidos na mesma onda, que aos poucos vai se mostrando como fator de doenças antes impensáveis em crianças que não conheciam esses objetos como fonte de diversão.

Encerrando esse briefing, pensemos nos nossos atos para com nossos filhos, em relação a utilização dos celulares, mídias sociais, e inteligência artificial que acessam, seja com nossa autorização, seja sem nossa permissão, seja por nossa omissão.

Temos muito que pensar!

 

Natal, 22 de julho de 2025.

 

Shirley Ferreira – Mentoria